CDU avalia terceiro ano de mandato de Menezes
Ilda Figueiredo assegura que o partido vai continuar visitas de trabalho pelo município, de forma a ouvir problemas da população, “cada vez com mais carências”
A vereadora da câmara de Gaia eleita pela CDU liderou a conferência de imprensa que pretendia fazer um pequeno balanço deste terceiro ano de mandato. E são alguns os pontos negativos de relevância para os comunistas. O primeiro diz respeito às constantes visitas da CDU a diversos locais das 24 freguesias do município de Vila Nova de Gaia, “o que tem permitido não apenas dar maior visibilidade aos problemas e anseios justos das populações, como obter resposta para alguns deles”, assegurou Ilda Figueiredo. Estas acções vão continuar a decorrer nos próximos meses.
Outro ponto é “o desfasamento entre as promessas da maioria PSD/CDS e a realidade do quotidiano das pessoas”. Em causa estão problemas como a falta de equipamentos colectivos nos empreendimentos sociais, a escassez dos espaços de convívio e de lazer, escolas com edifícios em más condições de funcionamento, bem como a falta de centros de convívio e apoio para crianças, jovens e idosos.
Segue-se a “política de zigue-zague do PSD/CDS relativamente a taxas municipais”. A autarca recorda “toda a novela das taxas de rampas no anterior mandato, que foi suspensa antes das últimas eleições, mas voltou depois, com um âmbito mais vasto, transformada”.
Os comunistas apontam também o dedo à “política de ‘bilhete postal ilustrado’, para eleitor e turista ver”. Denunciam que “com a aposta no litoral de Gaia e na zona ribeirinha, através do programa Polis, e na captação de algum investimento estrangeiro para a zona antiga, prossegue o esquecimento e o abandono de importante património histórico e cultural e dos moradores que ali nasceram, ali habitavam antes de serem empurrados para outros locais”.
A “descoordenação entre serviços municipais, empresas municipais e os membros do executivo da maioria PSD/CDS” é outra reivindicação negativa deste mandato. Segundo a CDU, esta desconexão “acaba em intervenções atabalhoadas e necessários recuos, como aconteceu na escarpa da Serra do Pilar e nos acordos com as juntas de freguesia sobre as taxas de acessos; o crescimento da desordem urbanística, com os sucessivos adiamentos do Plano Director Municipal e as alterações pontuais que vão servindo interesses especulativos”.
Falta de pluralismo
Ilda Figueiredo refere ainda “a aposta na multiplicação de revistas de propaganda, sem qualquer pluralismo e de onde foram arredadas as escassas palavras da CDU”. De certo esta atitude surge porque as palavras comunistas representam “críticas da acção municipal”.
Finalmente, a “crescente aposta na privatização da gestão do espaço público e de alguns serviços que deviam continuar públicos”. E exemplifica: “o estacionamento público sujeito a pagamento progressivamente entregue à exploração privada, os parques de estacionamento, o teleférico, o futuro crematório e cemitério central, enquanto se multiplicam as queixas contra a cada vez maior promiscuidade entre negócios públicos e privados, sem que se conheçam respostas claras de pedidos de clarificação de situações”.
Ilda Figueiredo termina referindo que a “CDU vai continuar a sua intervenção na defesa da transparência e pluralismo numa gestão municipal que deve ter como prioridade a resolução dos problemas do quotidiano das pessoas e não apenas a defesa dos interesses de grupos económicos e o aumento das receitas municipais à custa do bolso dos munícipes, sobrecarregando-os com taxas, tarifas e preços elevados”.
De recordar que nas últimas autárquicas, a CDU retirou um vereador à coligação PSD/CDS-PP. Actualmente, dos 11 cargos de vereador, sete pertencem à coligação, três ao PS (mantendo o mesmo número do mandato anterior e um reconquistado pelos comunistas.