Freguesia de Vilar do Paraíso vestiu-se a rigor e marcou presença na inauguração das renovadas instalações do Centro Social S. Pedro. Menezes e Marco António reencontram-se em Gaia, pela primeira vez, após a saída do numero dois para a secretaria de Estado da Solidariedade Social, em finais de Junho
Pouco depois das 15h30, chegava o tão desejado momento para a comunidade de Vilar do Paraíso. A inauguração formal do espaço renovado do Centro Social S. Pedro. E a comunidade respondeu ao apelo, marcando presença na festa.
D. Manuel Clemente, juntamente com o presidente da junta local, Elísio Pinto, o secretário de Estado da Solidariedade Social, Marco António Costa, e o presidente da câmara de Gaia descerraram a lápide que marca o evento. Curiosamente, o único nome que não está perpetuado na mesma é o do autarca gaiense, Luís Filipe Menezes.
O Bispo do Porto benzeu o reabilitado equipamento e, em comitiva, foi recebido pelo coro da instituição vilarense. A música dos utentes do Centro de Convívio agradou os convidados, que a esta altura já se tinham apoderado do espaço.
Os discursos da praxe é que não podiam faltar. Mas, antes que o edil de Vilar tomasse a palavra, deu o exemplo de como as instituições devem procurar meios de sustentabilidade. É que o Centro Social assinou um protocolo com a TEGOPI (uma empresa local) no valor de 15 mil euros. Uma permuta que apenas contribui para o bem estar de todos os utentes.
Seguiu-se Elísio Pinto. “Orgulhoso e emocionado” por esta renovação, mas também pela ajuda e empenho que todas as colectividades, instituições e comunidade em geral mostraram na concretização deste projecto. Mas não ficará por aqui o desempenho do Centro Social. “Dentro de 30 dias, este mesmo espaço, estará a servir perto de 40 refeições diárias”, assegurou o presidente de junta. O passo seguinte é, naturalmente, a abertura da valência de Centro de Dia. Um sonho que poderá estar para breve. Ainda assim, o autarca fez questão de salientar ao membro do Governo que, “no contexto actual e no futuro que se avizinha, não estamos em condições de vos pedir nada. Estamos sim em condições de vos ajudar”. Elísio Pinto quis demarcar bem a postura que assumiu até agora, posição essa que privilegiou a sensibilização da sociedade civil e o tecido empresarial para concretizar algumas obras, deixando de lado a subsidiação camarária e até do Estado.
Marco António Costa agradeceu. Não só o facto de não pedirem mais, mas, acima de tudo, pela ajuda que estas instituições prestam à comunidade em que se inserem, encetando um trabalho que seria de responsabilidade do Governo.
“É uma honra muito grande voltar à minha terra, voltar aos meus amigos e ver esta obra de uma comunidade”, enalteceu o ex-numero dois da câmara de Gaia, que só é possível porque Elísio Pinto é “um homem que sabe o que pode colher, porque cultiva esta gestão de proximidade”.
Seguiram-se as palavras de Filipe Menezes e do Bispo do Porto, escutadas por uma sala repleta de gaienses.
A inauguração acabou com a actuação da Academia de Música de Vilar do Paraíso.
De salientar que estas obras incidiram sobretudo na estabilidade e segurança do próprio edifício, um investimento que rondou os 135 mil euros. A requalificação acontece após candidatura ao programa Mases (Medidas de Apoio à Segurança dos Equipamentos Sociais), que assegurou metade do investimento. O restante foi pago pela própria instituição vilarense.
O Centro Social de S. Pedro de Vilar do Paraíso abriu as portas em Setembro de 2000 e alberga as valências de Centro de Convívio (com 20 utentes) e Apoio Domiciliário (18 vilarenses). Este apoio assume as valências de higiene do utente e do espaço onde se encontra, lavagem de roupa e refeições.
Menezes quer Marco António para o suceder
“Estamos todos à espera que resolva os problemas que tem lá a resolver em Lisboa e venha para os bons ares da área metropolitana do Porto”. Ou seja, Menezes continua a apostar em Marco António Costa para liderar a candidatura à câmara municipal de Gaia, em 2013.
No início deste ano, o actual presidente já havia mostrado o mesmo desejo de ver o número dois a sucede-lo.
Apesar da realidade ter sofrido algumas alterações, com a integração de Marco António no actual Governo – como secretário de Estado da Solidariedade Social -, Filipe Menezes espera que, dentro de dois anos, a situação do país permita “libertar alguns políticos”. E em tom de brincadeira, foi ressalvando que o secretário de Estado estava vestido formalmente, como um “futuro presidente da câmara de Gaia”, enquanto que o vestuário informal que usava é semelhante a um “presidente de câmara de partida, de viagem”.
Com a primeira visita de Marco António Costa ao município, enquanto membro do Governo, ficou também esclarecida e reiterada a vontade de Menezes quanto ao sucessor social-democrata. Aparentemente, tudo permanece igual. O desejo mantém-se. Caberá ao Governo e ao próprio Marco António cumprir a vontade de Menezes e dar continuidade a uma era social democrata que marca a cidade desde 1998.
Durante a manhã, os dois intervenientes já tinham estado juntos no lançamento da primeira pedra do Lar Residencial da Rasa, da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental.
Este lar representa um investimento de 1,9 milhões de euros, financiado pelo POPH – Programa Operacional do Potencial Humano, e vai criar mais 12 respostas de atendimento a que se associa outra resposta social: um novo Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), em Canidelo, para 60 jovens com deficiência mental. O novo equipamento vai criar 30 postos de trabalho.
Governo precisa das IPSS’s para combater exclusão social
“O Governo sozinho, as instituições públicas sozinhas não conseguem resolver o problema social do país”, afirmou o secretário de Estado da Solidariedade Social, durante a passagem por Gaia. E por isso, Marco António Costa pede ajuda à sociedade civil. E explica: “para além da sustentabilidade das instituições sociais, são importantes valores como a proximidade, o voluntariado e as parcerias, quer através de mecanismos do poder local, quer através dos apoios do Governo. Nós queremos criar soluções para a situação de enorme gravidade que antevemos para os portugueses. Por isso, precisamos de ajuda. O Governo pede ajuda à sociedade civil para combater os fenómenos de exclusão social que se aproximam”.
O social-democrata salientou que o Governo colocou no Orçamento do Estado, “pela primeira vez”, uma verba destinada a um plano de emergência social. Ao todo, “são 200 milhões de euros que são colocados no plano e procuraremos com esta verba e outras medidas fazer chegar o apoio junto dos portugueses que mais carecem”.