Falta menos de um ano para as próximas eleições Autárquicas. Joaquim Leite, mesmo depois de deixar a vida de ciclista, continua a pedalar. Encontrou a sua etapa-rainha: Santa Marinha…
A freguesia nunca o deixa dormir. Há sempre alguém, a qualquer hora, que pede, que precisa, que exige. Mas também, em qualquer ‘curva apertada’ que pára, lhe acenam, dando-lhe o alento necessário para mais uma ‘pedalada’.
Joaquim Leite já passou a fase da intransigência, recusando fazer mais um mandato. Agora está na fase da ponderação. A família tem de estar do lado dele nesta decisão.
O contra-relógio aproxima-se… e Joaquim Leite leva vários minutos de avanço… porquê desistir? É a pergunta que muitos santamarinhenses não vão querer ouvir… Quem tiver mais ‘pernas’ que avance…
Quando se fala em acção social, os olhos de Joaquim Leite brilham. Nos últimos anos, muitos dos projectos do executivo são nesta área. As obras na junta espelham essa preocupação. Elevador para primeiro piso, secretaria ampla (acabou o “muro de Berlim”, como chamou o autarca, que separava utentes de administrativos), salão nobre renovado e, mais importante que tudo, atendimento personalizado. “Estou sempre disponível para ouvir os fregueses aqui na junta”, revelou o presidente social-democrata, “ao contrário do que aconteceu no passado ou do que acontece actualmente noutras juntas de freguesia”.
Também o cemitério de Santa Marinha sofreu alterações significativas. Recentemente, por altura dos finados, o executivo esteve no local para conhecer e inaugurar as obras de ampliação e beneficiação. 23 espaços que servirão novas inumações, sendo uma delas um Ossário Comum, que nunca existiu, bem como novos sanitários e abertura do novo acesso pelo lado nascente (avenida Edgar Cardoso) vão permitir melhores condições para aqueles que visitam este local de culto. Claro, sem esquecer a capela da Santinha da Barrosa, um desejo de décadas agora concretizado.
O apoio às famílias carenciadas também não foi esquecido. O executivo tem uma verba anual que funciona como salvaguarda. “Se aparecer aqui algum freguês que não tenha dinheiro para aviar uma receita, ou uma mãe que não tem dinheiro para o leite do bebé, nós pagamos”.
Paralelamente, há centros de dia espalhados pelas colectividades da freguesia. A junta transfere verbas para estas instituições que respondem mais rápido a questões reais. Esta pequena transferência de competências permite não só ajudar a colectividade, mas também, devido ao papel que estas desempenham na comunidade onde se inserem, dar apoio a quem, por norma, está mais desamparado económica e socialmente. O problema é que, com as restrições financeiras, a junta não sabe se consegue manter este ‘protocolo’ por muito mais tempo.
O que falta agora é resolver problemas pontuais, nomeadamente, quando surge algum imprevisto. “Quando há algum acidente somos obrigados a mandar as famílias para pensões do Porto, nem sempre com as melhores condições, porque cá não as há. É pena. Faz falta ao concelho!”
Condicionamento do Centro Histórico
Há poucas semanas, a câmara municipal fechou o Centro Histórico ao trânsito. Joaquim Leite é favorável a este condicionamento porque, caso aconteça algum incidente, o acesso às habitações fica assegurado. Mas está renitente quanto ao fecho da Rua Cândido dos Reis, especialmente no Verão. “Há muitas pessoas que fugiam ao trânsito por esta rua. O que vão fazer? Eu acho que se devia encontrar uma outra solução, ou as filas vão ser muito maiores na altura de Verão”. No entender do presidente há duas resoluções possíveis. Abrir a Rua Cândido dos Reis a veículos ligeiros – já que o mau estado desta via se deve em grande parte aos transportes públicos – ou então, pelo menos até meio, que a General Torres tivesse dois sentido, permitindo aos moradores um acesso rápido e mais directo ao Jardim do Morro e à Serra do Pilar (e por inerência à Avenida da República).
Quanto às queixas dos moradores a este condicionamento de trânsito, Joaquim Leite desdramatiza e diz que não são relevantes.
Eleições e oposição
Com maioria na assembleia de freguesia, o social-democrata diz que não teve problemas no relacionamento com as forças políticas de oposição, recordando que “as obras e os factos respondem por si”. E explica, tranquilamente: “Não me lembro de ter algum freguês a usar da palavra no tempo que dispõe. E as questões que a oposição coloca, normalmente, recebem resposta com a obra ou o feito já realizado”.
Neste ponto é um homem de consciência tranquila. E no que diz respeito à recandidatura? Há uns meses responderia um não peremptório, mas agora…
O autarca, apesar de “não ser político”, é um homem de causas. E Santa Marinha ainda tem algumas pelas quais quer trabalhar. Um talvez a tender para o sim…
Já para a câmara, Joaquim Leite não tem duvidas: “Menezes! Nem se pensa noutra solução.”
Natal para todos
Depois do almoço de Natal oferecido pelo restaurante Tromba Rija à população da beira-rio, o executivo patrocinou a todos os santamarinhenses (que se inscreveram, naturalmente) um verdadeiro e tradicional almoço, desta vez na Pavilhão Municipal de Coimbrões.
Paralelamente, a junta distribuiu brinquedos por todos os alunos das escolas primárias e infantários. Ao todo, três mil presentes enchem de alegrias os miúdos da freguesia.
Mas o Natal não ficou por aqui. Foram ainda ser distribuídos 200 cabazes por famílias carenciadas. Esta iniciativa vem acontecendo todos os anos, em parceria com a Escola Mística de Oliveira do Douro.
Exemplos de iniciativas que só podem ser levadas a cabo resultantes de muita “seriedade, rigor e sacrifício em Santa Marinha”, termina Joaquim Leite.